Amintas Vidal*
do Guarujá (SP)
Avaliamos o novo Toyota Corolla em dois breves test-drives de 18 km. Primeiro, pegamos uma estrada sinuosa para o norte do litoral de Guarujá (SP) com o modelo XEi. Se visto por fora, devido ao design mais aerodinâmico e menos robusto, o novo Corolla parece ser menor, por dentro, o espaço parece igual.
Como a posição dos bancos está mais baixa, o painel torna-se mais alto e envolvente, fazendo as pessoas de menor estatura regularem o assento para uma posição mais elevada. Além desta diferença, a menor altura do teto também chama atenção.
O habitáculo está mais justo e correto, sem a sensação de sobra de espaço, mas com uma posição que nos sentimos mais envolvidos e encaixados ao interior.
Principalmente quando se está como passageiro, é possível perceber que a suspensão traseira, agora independente, trabalha em maior frequência que a semi-independente do modelo anterior.
Toyota Corolla Altis Híbrido
Toyota Corolla XEi
A troca da plataforma por uma desenvolvida para um maior desempenho aerodinâmico, certamente, foi responsável por essa mudança de comportamento. Isto é, o Corolla está um pouco mais esportivo, mais estável, mas ainda entrega conforto suficiente para continuar agradando o seu público-alvo.
XEi – O conjunto formado pelo motor 2.0 (177 cv) e o câmbio CVT de 10 marchas trabalha em harmonia. A Toyota informou que neste sistema a tração passou a ser mais imediata e realmente sentimos uma evolução.
O CVT reage às acelerações quase em sincronia com o motor, sem deixar a rotação do mesmo se elevar em demasia. Podemos dizer que este acerto deixou o câmbio com a mesma eficiência dos melhores sistemas automáticos convencionais, e, por somente trabalhar simulando as 10 marchas e não continuamente, as semelhanças ficam ainda maiores.
Toyota Corolla XEi
As marchas apresentaram trocas rápidas e sem trancos quando usamos as aletas e, também, aos comandos no acelerador.
O desempenho deste motor, mais potente, com mais torque e o novo sistema duplo de injeção, direta e indireta, se mostrou adequado ao peso do carro e até com alguma sobra, considerando se tratar de um modelo familiar e não um esportivo. O isolamento acústico é muito bom, garantindo silêncio a bordo.
Híbrido – A versão híbrida, avaliada em um percurso com a mesma distância, porém em trânsito predominantemente urbano, mostrou outro comportamento. A alternância do uso dos dois sistemas, elétrico e a combustão, apesar de ser contínuo, sem solavancos, é muito perceptível acusticamente.
Toyota Corolla Altis Híbrido
Como o motor 1.8 (101 cv) é mais fraco que o 2.0, o desempenho é sensivelmente inferior no Corolla Híbrido. Quando tiramos o pé do acelerador, os motores elétricos passam a gerar energia para as baterias, segurando um pouco o deslocamento do carro por inércia, o que também deixa o sedan-médio mais amarrado.
Nos trechos lentos é muito confortável circular, pois se há carga suficiente nas baterias, só o sistema elétrico funciona, quase totalmente silencioso. O que se houve é um baixo zumbido, semelhante aos aplicados aos carros em filmes de ficção científica.
Mas como a autonomia elétrica é mínima, pois este é um sistema híbrido apenas auxiliar, que utiliza baterias pequenas com carga para deslocar este modelo por meros 2,5 km, o sistema a combustão entrava sempre em funcionamento, mesmo quando estávamos em baixas velocidades e acelerando levemente. Também quando acelerávamos um pouco mais, o motor 1.8 era acionado e assumia o serviço. A potência combinada do motor à combustão e dos motores elétrico é de 123 cv.
Motor Toyota Corolla Altis Híbrido
Aproveitamos nosso trecho para avaliar o consumo com o híbrido. Começou com 9 km/l e foi aumentando de forma contrária ao que estamos acostumados. Ao deixarmos as avenidas de trânsito mais fluido e pegarmos as ruas mais engarrafadas, o sistema elétrico passou a funcionar, desativando o motor a combustão e, consequentemente, melhorando o consumo.
Bem próximo ao término do percurso estávamos registrando 20, 3 km/l, mas, como a avenida do hotel era longa e desimpedida, chagamos lá com 19,7 km/l.
Como priorizamos aferir o consumo, não utilizamos os sistemas de auxílio à condução, até porque, ele só funciona acima dos 30km/h e o trânsito estava mais lento que isso em boa parte deste trecho. Já a versão XEi não conta com o pacote de segurança ativa Toyota Safety Sense.
Toyota Corolla Altis Híbrido
Fotos: Malagrine / Toyota / Divulgação
No mais, em conforto dinâmico, o Corolla híbrido é bem semelhante ao 2.0. Somente acusticamente este conforto é diferente. Como explicado, pela alternância dos dois sistemas, o híbrido é bem mais silencioso no modo elétrico e mais ruidoso com o motor 1.8 em funcionamento, quando comparado ao 2.0 nas mesmas condições.
As duas opções de motorização do novo Corollla entregam experiências bem distintas agora. Quem privilegiar economia e um deslocamento mais urbano, e puder pagar pelo sistema híbrido, terá um carro mais atualizado com as novas tendências de mobilidade.
Mas quem circula mais por estradas e sem grande preocupações com o consumo, terá um carro um pouco mais esportivo que das outras gerações, mas ainda confortável.
*o colaborador viajou a convite da Toyota
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