Amintas Vidal*
de Foz do Iguaçu (PR)
Em um circuito misto, de asfalto e terra, conferimos o desempenho do novo Renault Duster. O início do circuito foi em uma pequena pista off road. Passamos por alguns obstáculos como “caixa de ovo”, curva inclinada e rampas de diferentes ângulos.
O que mais chamou atenção foi resistência torcional da carroceria. Em todos os obstáculos o Duster passou sem que a mesma rangesse ou as partes plásticas internas emitissem ruídos provenientes das manobras. Em uma parada, a mais inclinada lateralmente, abrimos e fechamos a porta normalmente, como se estivéssemos no plano.
Na primeira metade do trajeto, circulamos sobre asfalto bem conservado, mas em trechos com velocidade máxima de 80 km/h. Nessas condições, o interior se mostrou bem isolado acusticamente e somente nas retomadas o motor era ouvido na cabine. O ruído é alto quanto o giro sobe acima das 4.000 rotações.
O barulho do vento contra a carroceria já se faz presente, mesmo abaixo dos 100 km/h, mas o ruído dos pneus é bem contido, considerando suas medidas, 215/60 R17.
O desempenho do motor é satisfatório, sem sobras, pertinente com a proposta familiar do modelo. O câmbio comuta as marchas de forma suave, mas demora um pouco reagir às acelerações mais bruscas.
Sobre pisos perfeitos, as suspensões entregam conforto e estabilidade de forma equilibrada, mas transmitem algumas vibrações para a cabine quando as condições do asfalto pioram. Este sistema não é refinado, e sim, robusto, característica que favorece o uso off road.
O Duster mostra a sua real vocação na terra. Ele passa por ondulações e buracos sem chegar ao batente de curso dos amortecedores ou o sistema aparentar sofrer com o uso mais rigoroso.
O painel principal que acusa o golpe, pois aparecem pequenos rangidos quando as vibrações atingem uma determinada frequência nessas condições. Mas isso é esperado, pois o modelo é um SUV que tem o baixo preço como virtude, juntamente com o ótimo espaço interno.
A direção elétrica é muito leve em manobras de estacionamento, o que é bom, mas poderia ganhar mais carga em velocidades maiores, pois o SUV fica um pouco solto, principalmente na terra, quando se anda mais rápido.
A nova posição da central multimídia melhorou a ergonomia em seu uso. Os botões dos vidros ficaram um pouco recuados. No mais, os acessos aos outros comandos são os mesmos da antiga geração.
Mesmo sem tração integral, o Duster continua sendo uma boa opção para quem quer um carro robusto para andar sobre asfalto e encarar estradas de terra e trilhas leves. Ele não entrega requinte, não é um “SUV de shopping”, mas tem um preço competitivo que se traduz em um bom custo benefício.
Fotos: Rodolfo Buhrer / Renault / Divulgação
*o colaborador viajou a convite da Renault
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