Mercedes-AMG G 63 chega ao Brasil como referência em luxo e desempenho

Modelo off-road conta com motor 4.0 V8 com 585 cv e 850 Nm de torque

Da Redação   (Publicado no Diário do Comércio – Edição: 17/01/2025)

O Mercedes-AMG G 63 é um ícone automotivo há décadas e, agora, a nova geração chega ao Brasil para reforçar sua posição de destaque no segmento off-road de luxo.

O modelo apresenta desempenho aprimorado graças ao sistema de propulsão V8 eletrificado e aos assistentes modernos de condução que proporcionam maior conforto e digitalização avançada.

Lançado em 1979, o veículo oferece diversas opções de personalização e, ao mesmo tempo, mantém seu inconfundível caráter off-road e aparência única.

O novo G 63 é equipado com o motor AMG V8 biturbo de 4,0 litros capaz de gerar 585 cv de potência e um torque máximo de 850 Nm.

Uma novidade é a combinação com tecnologia de 48 volts e um gerador de partida integrado (ISG) que proporcionam um impulso adicional de 20 cv e 200 Nm de torque por um período determinado.

Partindo da imobilidade, o modelo leva apenas 4,4 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h. A velocidade máxima, limitada eletronicamente, é de 220 km/h.

Suspensão – A suspensão AMG Active Ride Control com estabilização ativa e hidráulica de rolagem e amortecimento ajustável adaptativo desempenha um papel fundamental no comportamento do veículo.

Elementos hidráulicos ativos substituem os convencionais estabilizadores mecânicos transversais e os amortecedores adaptativos são equipados com duas conexões hidráulicas: uma para as fases de compressão e outra para as fases de retorno do amortecedor.

As câmaras dos amortecedores nas quatro rodas são conectadas por meio de linhas hidráulicas e do bloco de válvulas.

Esse sistema permite características ideais de entrada em curva e de mudança de carga, moldando assim as características de condução típicas da AMG em termos de dinâmica, precisão e feedback.

Associada aos programas de condução e ao estado de condução, a suspensão também melhora a articulação dos eixos.

Isso significa que as rodas mantêm contato com o solo mesmo quando o veículo está fortemente articulado.

O resultado, segundo a Mercedes, é um aumento significativo na tração, capacidade de subida e conforto off-road, além de reduzir o desgaste tanto do veículo quanto do condutor.

Câmbio – A transmissão AMG Speedshift TCT 9G de série, dependendo do programa de condução selecionado, permite trocas de marchas esportivas e rápidas ou confortáveis e praticamente imperceptíveis.

Graças às nove (9) velocidades disponíveis, o motor frequentemente permanece na faixa de rotação ideal, sempre combinando eficiência e dinamismo.

Se necessário, a transmissão com conversor de torque reduz para uma marcha mais baixa em um tempo muito curto, utilizando múltiplas reduções de marcha, a fim de aproveitar toda a potência do motor.

As características gerais da transmissão podem ser influenciadas via AMG Dynamic Select, que oferece cinco diferentes programas de condução com configurações específicas.

Dessa forma, parâmetros como a resposta do motor, transmissão, suspensão e direção são modificados.

Veículo une visual e design marcantes com um interior exclusivo

Por dentro e por fora, elementos de design inconfundíveis conferem ao novo Mercedes-AMG G 63 sua aparência única.

A parte frontal do veículo é caracterizada por um novo para-choque específico da AMG, com três aletas verticais diante das entradas de ar, além de detalhes em aço inoxidável no para-choque.

Os faróis Multibeam LED adaptativos também estão presentes. Com funções de iluminação inteligentes, os faróis iluminam a estrada de acordo com a situação e reagem ao tráfego atual com a ajuda de 84 LEDs de alto desempenho individualmente controláveis. As luzes traseiras também contam com tecnologia LED.

Outros detalhes da marca incluem o emblema AMG no capô e na projeção do espelho exterior pela primeira vez, além da tampa de combustível AMG em cromo prata com elementos de design em preto.

As pinças de freio pintadas de prata, os discos de freio perfurados e as novas rodas de liga leve AMG de 22 polegadas com design de multi-raios completam o design exterior.

Interior – O interior também conta com detalhes exclusivos que enfatizam seu design esportivo. O volante com três raios duplos em couro napa e superfícies de controle por toque integradas sem costura, tem origem no automobilismo e destaca o cockpit esportivo.

As teclas redondas no volante com displays brilhantes e de operação intuitiva servem para controlar funções de condução específicas da AMG e todos os programas de condução.

Os logos AMG no volante, no display central, nos painéis das soleiras das portas e nos descansos de braço dos bancos dianteiros fazem parte da longa lista de itens de série do novo modelo.

Além disso, um estilo de display adicional está disponível para os clientes no display do motorista. O modo Supersport apresenta um tacômetro redondo central e displays horizontais à esquerda e à direita dele, criando uma impressão espacial de profundidade.

O display central também enfatiza a orientação dinâmica com displays AMG individuais, como visualização dos programas de condução ou dados de telemetria.

Elementos de design inconfundíveis conferem ao novo Mercedes-AMG G 63 uma aparência única. A cor exterior azul Hyper Magno está disponível para este modelo.

Opcional – O opcional pacote fibra de carbono exterior reforça o caráter esportivo. A capa do estepe, as inserções do para-choque e o protetor visual de base na dianteira e traseira são acabados em fibra de carbono.

O pacote também inclui a grade do radiador em cromo escurecido, bem como capas de espelho e inserções nos moldes protetores externos com design em carbono.

Opcionalmente, o interior pode ser transformado em um ambiente luxuoso com o pacote linha interior Superior.

Esse pacote inclui, entre outros itens, acabamento adicional em couro nappa, elementos com design em formato diamante e assentos multicontorno ativos com o pacote que oferece função de massagem e controle climático dos assentos.

O novo Mercedes-AMG G 63 chega à rede de concessionários de todo o País, durante o mês de janeiro, ao preço público sugerido de R$ 1.989.900,00.

Fotos: Mercedes-Benz AG / Divulgação

Principais Equipamentos:

Acabamento interno em fibra de carbono;

AMG Track Pace;

Ar-condicionado Thermotronic de 3 zonas;

Bloqueio de diferencial mecânico (frontal, central e traseiro);

Sistema de tração off-road Low Range;

Iluminação ambiente de 64 cores;

Pacote de estacionamento com câmera 360º;

Teto solar ;

Pacote Guard 360º de proteção;

Sistema Keyless-Go para abertura/fechamento de portas e acionamento do motor sem chaves;

MBUX (Integração para smartphones, wireless charging; Burmester Surround Sound System 3D com 18 alto falantes e 760 watts e navegação com realidade aumentada);

Sistemas de direção semiautônoma (Assistente Ativo de Distância Distronic; Assistente Ativo de Frenagem, Assistente de Manutenção de faixa e Assistente Ativo de Ponto Cego).

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Jeep Compass Blackhawk é a versão topo de linha do SUV médio

Motor 2.0 turbo é o grande diferencial desta novidade da linha 2025

Amintas Vidal*  (Publicado no Diário do Comércio – Edição: 10/01/2025)

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Em novembro do ano passado, avaliamos o Jeep Compass Longitude, versão mais vendida do modelo.

Agora, passamos uma semana com a Blackhawk, variante equipada com o motor Hurricane 4, o mais potente oferecido entre todos os modelos nacionais da Stellantis.

O Compass 2025 está muito bem equipado em todas as versões e não existem diferenças extremas entre elas.

Mas, este motor 2.0 turbo, em comparação ao 1.3 turbo que equipa a Longitude e outras versões, transforma completamente a dinâmica do Compass.

Veículos recebeu o Jeep Compass Blackhawk Hurricane, linha 2025, para avaliação. Versão de topo de linha, seu preço é R$ 285,59 mil na cor sólida preta, segundo o site da montadora. As cores metálicas custam R$ 2,20 mil e, as perolizadas, R$ 2,50 mil.

O Compass Blackhawk não tem opcionais. Seus equipamentos de série diferenciados são: teto solar panorâmico e retrátil; porta-malas com abertura elétrica e sensor abaixo do para-choque; bancos frontais com comandos elétricos; sistema de estacionamento assistido; página no painel de instrumentos dedicada à performance; rebatimento elétrico dos retrovisores; sensor de estacionamento dianteiro; carregador de celular ventilado; Alexa à bordo e conectividade com smartphone;  teto pintado de preto e pinças de freio em vermelho, entre outros.

Seus recursos de direção semiautônoma são os mais completos existentes entre os Jeep nacionais: piloto automático adaptativo; alerta de saída de faixa com correção ativa; alerta de colisão eminente; frenagem automática de emergência; detecção de tráfico no ponto cego; detecção de tráfego cruzado; comutação automática do farol alto e leitor de placas.

Completando a lista dos dispositivos de segurança, os destaques são: sete airbags; ABS; controles eletrônicos de estabilidade, tração e anti-capotamento; assistente de partida em rampa e de retenção em semáforo; sensores de chuva e crepuscular; DRL, faróis e lanternas em LED; sensor de estacionamento traseiro; câmera de marcha à ré; alerta de fadiga do motorista e monitoramento de pressão dos pneus.

Motor e Câmbio – O motor desta versão, como informamos anteriormente, é o Hurricane 4. Este propulsor movido somente à gasolina pertence à família GME (sigla inglesa para Motor Médio Global) da Stellantis.

Ele é equipado com turbocompressor twin-scroll de baixa inércia, válvula de alívio eletrônica e a recirculação dos gases do seu sistema de escapamento é refrigerada.

Feito em alumínio, contando com injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas tracionado por corrente e tecnologia de abertura variável das mesmas, na admissão e no escape, ele rende 272 cv de potência às 5.200 rpm e 40,8 kgfm de torque máximo às 3.000 rpm.

Seu câmbio é automático de nove (9) marchas, acoplado por conversor de torque. Essa transmissão é a mesma usada com o motor Multijet 2.0 turbodiesel e conta com tração 4×4 com programação automática ou dedicada para areia e lama ou neve.

Existem padleshifiters atrás do volante para a comutação manual das marchas. Pesando 1.720 kg, tendo relações de 6,32 kg/cv e 42,15 kg/kgfm, o Compass Blackhawk acelera de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos e atinge 228 km/h de velocidade máxima, segundo a Jeep.

Design – Desde seu lançamento, em 2016, o Compass apresenta um design externo muito bem resolvido, forte motivo do seu grande sucesso.

Na linha 2022, ele recebeu retorques externos e interior quase completamente novo, corrigindo a cabine, parte menos elaborada.

Agora, na linha 2025, as versões Blackhawk e a Overland, que utilizam este mesmo motor, são as novidades.

Elas trazem um novo desenho na grade que fecha as sete fendas, modificação necessária para ampliar a passagem de ar para os seus radiadores, também maiores.

A versão Blackhawk é baseada na S, tanto no visual, como na lista de equipamentos. As saídas duplas e separadas do escapamento, as pinças de freio em vermelho, as rodas pretas e com novo design e os grafismos temáticos no painel digital são as diferenças entre elas.

Interior – No mais, o interior de ambas é o mesmo que estreou em 2022. O painel principal é horizontal e as suas partes e os equipamentos de bordo são, predominantemente, retangulares com as laterais chanfradas, criando um conjunto linear e dinâmico.

Todos os revestimentos e plásticos da cabine são escurecidos. As partes superiores do painel e das portas são emborrachadas e têm costuras verdadeiras. O centro do painel principal é revestido com material sintético que imita o couro, na cor cinza.

Os bancos combinam este material sintético, porém na cor preta, e camurça, tudo costurado com linha aparente, sendo que algumas costuras são feitas em formato de diamante.

Emoldurando todo este painel, friso metálico escuro e com largura variável confere acabamento superior, digno de modelo premium, e camufla as saídas de ar das extremidades. Essas ficaram estreitas, muito elegantes, porém, dificultam a vazão do ar refrigerado.

Ergonomia – Acompanhando este esmero, o Compass tem ótima ergonomia. Todos os comandos estão à mão e os equipamentos têm botões físicos para quase todas as funções, arquitetura ideal.

O banco do motorista está alinhado com o volante e os pedais. Assentos e encostos dos bancos, nas quatro posições principais, apoiam bem os ocupantes. Maçanetas, puxadores e botões de abertura dos vidros estão bem posicionados.

Para um SUV médio, a posição ao volante não é tão alta. É possível ficar mais recostado que ereto ao comando do Compass.

Atrás de um motorista com 1,70 metro de altura, uma pessoa com essa mesma estatura tem 20 cm entre os seus joelhos e o encosto do banco frontal.

Com o banco todo recuado, ainda sobram quase 10 cm para as suas pernas. O assento do banco traseiro é baixo e deixa as pernas de todos um pouco elevadas. Ao centro deste, uma criança viaja com conforto, pois o túnel central é largo e apoia pés pequenos.

Suas principais medidas são: 4,40 metros de comprimento; 2,64 metros de distância entre-eixos; 1,82 metro de largura e 1,64 metro de altura.

No seu porta-malas cabem 410 litros de bagagem e, em seu tanque, 55 litros de combustível. Ele suporta carga total de 400 kg e pode rebocar este mesmo peso.

Suas medidas para o fora de estrada são: vão livre de 1985 mm; 21,7° de ângulo de entrada; 28,5° de ângulo de saída e 21,2° de ângulo central.

Multimídia – O interior que estreou em 2022 corrigiu falhas do antigo. O painel e todos os equipamentos de bordo foram elevados fisicamente.

O multimídia está destacado no limite visual da base do para-brisa e entrou na área de visão periférica do motorista.

Com 10,1 polegadas, este é o melhor multimídia nacional em definição de imagem, sensibilidade ao toque e velocidade de processamento.

A versão Blackhawk recebeu, de série, a internet embarcada e o sistema Adventure Intelligence Plus com Alexa.

Com este recurso, oito aparelhos podem usufruir do sinal ao mesmo tempo. Uma central de atendimento foi estruturada para receber chamadas do motorista e auxiliá-lo com informações diversas ou enviar assistência mecânica e/ou de resgate.

Além destas conveniências, por meio de um aplicativo para celular é possível verificar parâmetros do carro, ligar e desligar o motor e ativar muitas outras funções remotamente.

Tecnologias – O som, assinado pela marca Beats, tem boa distribuição espacial e potência para reproduzir músicas via streaming em volumes altos. As frequências graves se destacam neste sistema.

O ar-condicionado de duas zonas é eficiente em tempo de resfriamento e manutenção da temperatura. As saídas estreitas reduzem o volume da ventilação ou a torna ruidosa. Ter as saídas duplas traseiras diminui a necessidade de aumentar a velocidade da ventilação.

O quadro de instrumentos digital também é dos melhores existentes. Ele é configurável em diversos lay-outs distintos, cada um privilegiando dados correlatos.

Nesta versão, existe um dedicado aos parâmetros do motor. Torque, potência e pressão do turbo instantâneos ficam destacados.

Oferecido como opcional na versão Sport, e de série em todas as outras, o sistema de ADAS também foi aprimorado na linha 2025.

Agora, além da correção de saída de faixa, existe a centralização nas mesmas, recurso que funciona em estradas, pois é ativado acima dos 60 km/h. Tanto estes recursos, como o piloto automático adaptativo, foram muito precisos nas avaliações.

Em estradas, o sistema reconhece as faixas bem pintadas, faz as curvas em raio correto e também reconhece os carros mais lentos à frente com antecedência suficiente para desacelerar sem assustar o motorista. Na cidade, ocorreram alguns atrasos, mas nada que fizesse os freios travarem brutalmente.

O volante é igual ao que estreou em 2022, mas recebeu sistema capacitivo que reconhece se as mãos do motorista estão, ou não, em contato com o mesmo. Assim, ele evita uso do ADAS por tempo exagerado sem o monitoramento do condutor.

A direção com assistência elétrica é leve em manobras de estacionamento. Ela fica mais pesada do que o ideal em velocidades médias e altas. Poderia ser mais progressiva, mas combina com ao desempenho verdadeiramente esportivo do SUV.

Modelo apresenta qualidades que o tornam um utilitário verdadeiramente esportivo

Por sinal, a grande diferença entre os Compass 1.3 e 2.0 turbo está na dinâmica, pois o novo motor e as modificações nas suspensões e freios deixaram as novas versões, Blackhawk, e Overland, muito mais esportivas.

A primeira diferença percebida ocorre ao sair da inércia. Mesmo não contando com torque máximo antes das 3.000 rpm, o Compass 2.0 turbo a gasolina fica muito vivo em qualquer situação.

Ao mínimo curso do acelerador ele desloca o SUV médio como se fosse um compacto, confere agilidade que as versões com motor 1.3 e a diesel não têm. Já em deslocamento, ele continua reativo, porém, mais dócil, progressivo.

Com curso total no pedal, ele acelera muito rápido mas, mesmo com tanta potência despejada, ele se mantém tracionado e com ótimo controle direcional, apesar de cantar um pouco os pneus no início da tração. A aceleração impressiona.

Em velocidades mais altas, a nova calibragem das suspensões, mais rígida, mantém o carro estável, sem a flutuação da dianteira.

Muito provavelmente, o sistema distribui um pouco de potência para o eixo traseiro, evitando a perda de tração no eixo dianteiro.

Rodando – Realmente, andar mais agressivamente com o Compass Blackhawk dá muito prazer ao volante e combina com as suspensões mais rígidas e os freios redimensionados, conjunto que amplia a aderência e desacelera o SUV com maior eficiência.

Usar as aletas para comutar as marchas manualmente deixa a “tocada” ainda mais esportiva. O sistema permite que as marchas sejam reduzidas, mesmo ocorrendo grande aumento na rotação do motor.

Neste modo, as marchas são retidas e só são trocadas no limite de giro seguro, caso o “piloto” não comute antes. Porém, andar suavemente também é bom.

Por ser uma versão mais pesada e ter programação do câmbio que efetua trocas automáticas antecipadamente, o modelo aproveita muito o deslocamento por inércia e trabalha em rotações mais baixas, característica que contribui para diminuir o consumo e melhorar o conforto acústico.

Tanto desempenho cobra seu preço em alguns detalhes. As suspensões mais rígidas trabalham em frequência um pouco mais alta e transferem mais as irregularidades dos pisos.

Comparado com o a versão Longitude, a Blackhawk é menos silenciosa e sua carroceria oscila de forma menos suave em ondulações, por exemplo.

Os largos pneus (235/45 R19), que entregam muita aderência, também geram mais ruído com essa calibração mais rígida de molas e amortecedores, diferença que o isolamento acústico não consegue esconder totalmente.

Consumo – Inesperadamente, essa versão mais potente foi quase tão econômica quanto a Longitude que usa o motor 1.3 turbo que tem, a menos, 87 cv e 13,3 kgfm de torque.

Em nosso teste padrão de consumo rodoviário realizamos duas voltas de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e, a outra, os 110 km/h, sempre conduzindo economicamente.

Na volta mais lenta, atingimos 15,1 km/l e, na mais rápida, 12,3 km/l. Lembrando que o motor dessa versão utiliza, somente, gasolina.

No teste de consumo urbano rodamos por 25,2 km em velocidades entre 40 e 60 km/h, fazemos 20 paradas simuladas em semáforos e vencemos 152 metros de desnível entre o ponto mais baixo e o mais alto do circuito.

Neste severo teste, o Compass atingiu uma média de 7,2 km/l com gasolina. O sistema stop&start funcionou com grande eficiência, desligando e ligando o carro em todas as paradas nas partes planas e em decidas, de forma rápida e quase imperceptível.

Quando avaliamos a picape RAM Rampage RT, versão esportiva que utiliza este mesmo powertrain, opinamos que só valeria a compra para quem aceitasse abrir mão de conforto acústicos e de marcha, pois ela sacrifica muito essas duas características em nome da esportividade.

No caso do Compass Blackhawk, essas diferenças são perceptíveis, sim, mas não tornam o seu uso diário cansativo.

Para quem faz questão de desempenho, essas perdas de conforto, e o valor pago a mais, podem se justificar pelo prazer de “pilotar” um utilitário verdadeiramente esportivo.

Fotos: Amintas Vidal

*Colaborador

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2008 GT recoloca Peugeot na briga mais acirrada do momento

Atualizado e reestilizado, modelo está entre os melhores SUVs compactos do mercado

Amintas Vidal*  (Publicado no Diário do Comércio – Edição: 03/01/2025)

Faz tempo que o modismo automotivo é o utilitário esportivo (SUV). Atualmente, os modelos compactos são os mais vendidos deste segmento.

Não por acaso, foi o que ganhou o maior número de novos modelos, gerações e reestilizações nos últimos anos.

De tão pujante a categoria, além dos SUVs compactos originais, as montadoras modificam hatches compactos para que sejam vendidos como utilitários.

Ou, até mesmo, lançam novos hatches com design de SUV, dando visual de “jipinho” a qualquer modelo de dois volumes.

Felizmente, os SUVs compactos originais são os mais comprados pelo consumidor brasileiro, eles são os líderes entre todos os utilitários esportivos.

Agora, com a segunda geração do 2008, a Peugeot volta à briga nesta batalha com um modelo capaz de encarar a concorrência.

O Veículos recebeu o Peugeot 2008 GT T200, ano 2025, para avaliação. No site da montadora, seu preço de tabela é R$ 169,99 mil, R$ 20 mil acima de seu valor de lançamento e R$ 15 mil acima da promoção vigente no momento em que essa avaliação foi realizada.

Este preço é válido para a cor preta metálica. As cores cinza metálica e branca perolizada, as únicas outras opções deste enxuto trio, custam R$ 2 mil a mais.

Todas as versões do Peugeot 2008 vêm completas de série, sem opcionais.  A GT é a versão de topo da gama, a única com ADAS, 6 airbags, faróis em LED com projetor, quadro de instrumentos 3D, paddle shifiters, teto solar panorâmico e retrátil e capota pintada em preto.

Outros destaques são: multimídia com tela de 10 polegadas, espelhamento para Apple CarPlay e Android Auto sem cabo; câmera de estacionamento com visão virtual de 360°; carregador de celular com ventilação; ar-condicionado automático e digital; chave presencial; retrovisores com rebatimento elétrico; bancos revestidos em camurça e material sintético que imita o couro e roda diamantada de 17 polegadas calçadas com pneus na medida  215/60 R17.

Motor e Câmbio – O motor do 2008 é de origem Fiat, o GSE Turbo 200. Ele conta com o MultiAir III, sistema eletro-hidráulico de controle entre o eixo de comando e as válvulas de admissão, permitindo variar a abertura delas em período, em amplitude e, até mesmo, em frequência.

Essa e outras inovações resultam em elevados números para um bloco de 999 cm³. Em potência, ele atinge 130/125 cv às 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente.

Seu torque máximo é de 200 Nm, ou 20,4 kgmf, sempre às 1.750 rpm, com ambos os combustíveis.

O câmbio é automático do tipo CVT com sete (7) marchas programadas, cambiadas manualmente em sua alavanca ou pelos paddle shifiters, e automaticamente, em acelerações vigorosas.

Lançado em 2024 no Brasil, este 2008 montado na Argentina é a segunda geração do modelo. Ela surgiu em 2021 na Europa e foi reestilizada em 2023.

A Peugeot vendeu a versão 100% elétrica do SUV em nosso mercado, sem a reestilização, e importada da Espanha.

Identidade – Agora, ambas estão atualizadas com a Europa. Trocaram os “dentes de sabre”, como assinatura luminosa, pelo DRL formado por três ranhuras abaixo de cada farol que fazem lembrar as “garras do leão”, identidade dianteira presente em todos os novos Peugeot.

Grades maiores, novo para-choque e a adoção da nova logomarca da Peugeot completaram as mudanças na dianteira desta reestilização. Atrás, a nova assinatura das lanternas, agora com volume 3D, é a grande diferença. Lateralmente, apenas novas rodas.

Estes modelos de segunda geração, assim como o também atualizado Peugeot 208, usam a mesma plataforma, a Common Modular Plataform, nas configurações CMP ou e-CMP, conforme a motorização.

Além da Peugeot, essa base já é usada na atual linha de compactos da Citroën e irá contemplar, futuramente, outros veículos da Fiat e da Jeep.

Espelhado do SUV médio 3008, essa nova geração é, praticamente, um 3008 em escala reduzida. Mas, pequenos detalhes fizeram o 2008 ficar mais proporcional e harmônico.

Como no 2008 o teto é mais baixo, os vidros são mais estreitos e as laterais menos altas do que no 3008, o SUV compacto ficou mais parrudo, muito mais musculoso.

Interior – O 3008 também influenciou o interior da “linha 2” da Peugeot. Tanto o 208, quanto o 2008, têm arquitetura interna semelhante à do irmão maior.

O painel verticalizado, formado por dois níveis faceados e com arestas realçadas, assim como as extremidades finalizadas com saídas de ar trapezoidais, são os elementos de design que migraram do 3008 para o 2008 e o 208 imprimindo o mesmo DNA em todos os interiores.

Apesar de idênticos em seu desenho, o interior do 2008 à combustão utiliza materiais mais simples que o do e-2008.

Nele, todos os painéis são rígidos, apenas os apoios de braço recebem material macio ao toque, pelo menos, nas quatro portas, algo raro neste segmento.

Mas, os detalhes cromados, em alumínio fosco e em preto brilhante permanecem, assim como as teclas de comando inspiradas em elementos aeronáuticos, conjunto que forma ambientação esportiva e requintada ao mesmo tempo. Porém, sua arquitetura é mais esportiva que o design.

O 2008 é o SUV compacto com a ergonomia mais esportiva entre os seus concorrentes. Nele, é possível assentar bem baixo, quase como em um sedan.

Essa posição combina com o pequeno volante e o painel que é visto por cima do mesmo, recurso chamado de I-Cockpit.

Banco, pedais e volante ficam alinhados e os demais comandos não exigem grande movimentação dos braços para serem alcançados, acertos que ajudam a vida a bordo.

Números – Comparando com o hatch Peugeot 208, o SUV 2008 tem 6,7cm a mais de entre-eixos, alcançando 2,60 metros.

Na prática, essa diferença parece ser bem maior, pois o 2008 tem muito mais espaço no banco traseiro que o hatch.

Em sua cabine, quatro adultos e uma criança têm área de sobra para pernas, ombros e cabeças. Os bancos apoiam bem todos os ocupantes.

Com 4,30 metros de comprimento, 1,55 metro de altura e 1,77 metro de largura distribuídos proporcionalmente em sua carroceria, seu interior é mais espaçoso do que sugere o visual externo. Até o volume do porta-malas surpreende: são 405 litros líquidos.

Mas, o design interno quase minimalista suprimiu botões do ar-condicionado e do multimídia, e grande parte dos comandos destes sistemas é realizada por toques na tela deste último.

Os botões no volante e as alavancas satélites concentram as operações do painel digital 3D, do computador de bordo, do sistema de áudio e dos auxílios à condução, o ADAS.

Em princípio, é uma estrutura confusa, mas, com o tempo, acostuma-se, ficando fácil operar tudo.

Tecnologias – Todos estes sistemas funcionam muito bem. O ar-condicionado é eficiente em tempo de resfriamento e manutenção da temperatura, mas poderia ser melhor se houvessem saídas de ar para na parte de trás da cabine.

As belas e estreitas saídas de ar frontais tornam a ventilação um pouco ruidosa, mas apenas da terceira para as outras velocidades mais altas.

O multimídia é 100% operado por toques, pois existe apenas um botão giratório para o volume.

A base avançada abaixo da tela serve de apoio para a mão, facilitando sua utilização. Atualizado em relação ao e-2008, seu grafismo é menos genérico e o espelhamento é sem cabo.

O brilho da tela, a definição da imagem, a sensibilidade ao toque estão na média do mercado. A proporção desta tela não é a tradicional 16:9, ela é mais comprida.

Sendo assim, as imagens dos aplicativos aparecem no tamanho que teriam em uma tela menor.

O sistema de áudio tem mais potência do que o normal para equipamentos sem assinatura de marca especializada em sonorização, mas nos volumes mais altos ocorrem distorções.

O quadro de instrumentos em 3D tem efeito simplificado em relação ao do e-2008, mas ainda é um diferencial. Configurável, ele mostra informações em tamanhos legíveis em um layout limpo.

Visibilidade – A visibilidade do 2008 é boa para um SUV. Mais baixo do que os seus concorrentes, até para trás é possível visualizar o fluxo nas vias.

As largas colunas “C” criam grandes pontos cegos na visão cruzada. Contudo, os sensores de aproximação e a câmera 360° virtual são muito úteis.

Pacote de tecnologias embarcado é bom, mas o que se destaca é a dinâmica do modelo

O ADAS do Peugeot 2008 não tem controle de cruzeiro adaptativo (ACC), como no e-2008. Mas, existe a detecção de colisão eminente com frenagem automática de emergência e o detector de ponto cego, sistemas que consideramos os mais importantes.

Completando, existem a correção e centralização em faixas, o farol alto automático e o leitor de placas de velocidade, conjunto exclusivo da versão GT. Todos são precisos, sem destaques.

Recurso muito melhor do que em toda a concorrência, o carregador de celular é diferenciado. Ele tem refrigeração dedicada em um compartimento que pode ser fechado, vira uma “geladeira” que não deixa o celular esquentar ao ser recarregado, além de esconder o mesmo na cabine.

Outra característica que muda o uso diário do modelo é sua chave presencial. Basta aproximar do carro que as portas destravam e os retrovisores se abrem. Afastando, tudo se fecha.

Dinâmica – Tecnologias à parte, o que encanta no 2008 é a sua dinâmica. O desempenho não é excepcional, mas é convincente. Segundo a Peugeot, ele acelera de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos.

Além dos acertos em altura e posição de dirigir, a direção é muito direta, responde rapidamente ao mínimo esterço, deixando o seu controle direcional parecido ao de modelos mais baixos, semelhante aos hatches e sedans esportivos.

O baixo centro de gravidade, os largos pneus e as suspensões bem calibradas, mais firmes, dão um “chão” a este Peugeot que é muito raro em carros não projetados para a esportividade.

Mesmo assim, a rigidez da plataforma, a robustez das suspensões e o ótimo isolamento acústico garantem conforto de marcha e acústico superior à média da categoria.

O nosso teste padronizado de consumo rodoviário não pode ser realizado. Uma barreira caiu no meio do circuito, na semana da avaliação.

Fizemos viagem de 400 km para o interior de Minas Gerais. Com cinco adultos e bagagem, conduzimos economicamente e com gasolina.

Descendo por 200 km para o nosso destino, atingimos 15,2 km/l. Subindo em retorno, registramos 14,8 km. Boas médias, mas, relativamente, o consumo urbano foi ainda melhor.

Em nosso circuito urbano de 6,3 km, realizamos quatro voltas, totalizando 25,2 km. Simulamos 20 paradas em semáforos com tempos entre 5 e 50 segundos.

O Peugeot 2008 finalizou este exigente teste com 9,2 km/l de gasolina, mesmo sem contar com sistema stop/start.

O novo 2008 está em pé de igualdade com seus concorrentes, Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta e o Chevrolet Tracker, e chega a superá-los em muitos aspectos, o que o traz de volta a essa batalha.

Informações de mercado registram filas de espera pelo SUV da Peugeot, um bom começo para o modelo.

Fotos: Amintas Vidal

*Colaborador

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