Fastback Limited Edition é a versão esportiva do SUV coupé da Fiat

Única equipada com o motor turbo 1.3, ela traz pacote completo de opcionais

Amintas Vidal*  (Publicado no Diário do Comércio – Edição: 01/09/2023)

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Apesar de ser nomeado como uma edição limitada, o Fiat Fastback Limited Edition estreou em 2022, como modelo 2023, mas já está disponível no catálogo 2024 e permanecerá em linha.

Provavelmente, quando a Stellantis lançar o Fastback Abarth, ele substituirá essa versão do SUV coupé da Fiat, dando sentido à sua alcunha de edição limitada.

Veículos recebeu o Fastback Limited Edition Turbo 270 Flex para avaliação. No site da montadora, o preço sugerido para o ano 2023, modelo 2024, único disponível online, é R$ 162,49 mil.

Neste valor, a carroceria vem na cor preta sólida. A cor banca sólida custa R$ 900,00 a mais, a cinza sólida, com teto em preto, acresce R$ R$ 1,49 mil ao valor inicial, e as outras cores metálicas, também com teto em preto, custam R$ 1,99 mil nessa fatura.

Os equipamentos diferenciados do Fastback Limited Edition são: multimídia com tela de 10,1 polegadas, navegação embarcada da marca TomTom e espelhamento por Apple CarPlay e Android Auto sem fio; painel digital de 7 polegadas; carregador do celular por indução com ventilação; ar-condicionado digital com saídas para o banco traseiro; rebatimento elétrico dos retrovisores; paddle-shifters; acionamento elétrico do freio de mão com função hold; chave presencial; bancos revestidos com material sintético que imita o couro e roda em liga leve de 18 polegadas, escurecida e calçadas com pneus 215/45 R18.

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Em segurança, os principais recursos são: frenagem autônoma de emergência; alerta de saída de faixas com correção da trajetória; comutação automática dos faróis alto e baixo; controles de tração, de tração avançada e de estabilidade; quatro airbags; faróis e lanternas em LED; sensor de pressão dos pneus; sensores de iluminação, chuva e retrovisor eletrocrômico; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera traseira de alta definição com linhas guias dinâmicas.

Motor e Câmbio – Contando com a nomenclatura Powered by Abarth, marca da Fiat para modelos esportivos, essa versão do Fastback é a única equipada com o motor turbo GSE 1.3 de 4 cilindros em linha.

Seu cabeçote tem comando simples, tracionado por corrente e sistema MultiAir III que permite grande controle de abertura das válvulas de admissão, variando tanto em amplitude, quanto em tempo e em ciclo.

A injeção é direta e a taxa de compressão é 10.5/1. O torque máximo é 27,5 kgmf às 1.750 rpm com ambos os combustíveis, que corresponde a 270 Nm (Newton metro), número que batiza o propulsor comercialmente.

A potência atinge 185/180 cv às 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente.

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O câmbio é automático convencional com conversor de torque e seis (6) marchas. Ele oferece programação sport e seleção entre automático e manual com possibilidade de comutação pela alavanca ou pelas aletas posicionadas atrás do volante.

O conjunto conta com o TC+, sistema de bloqueio que trava a roda motriz sem aderência com o solo para que a outra tracione em transposição de obstáculos.

Plataforma – Assim como o Pulse, o Fastback foi desenvolvido sobre a plataforma MLA, uma evolução da base do Argo e do Cronos.

Ao reconstruir este monobloco com modificações estruturais, utilizar aços de alta resistência em sua fabricação e projetar bancos dianteiros mais robustos, a Fiat garante que o Pulse e o Fastback são veículos mais modernos e mais seguros do que os outros modelos compactos da sua linha.

Externamente, até a coluna “B”, o Fastback é quase idêntico ao Pulse, mais especificamente, ao Pulse Abarth.

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Desta parte para trás, laterais, teto, para-lamas e portas traseiras, assim como a tampa do porta-malas, lanternas e para-choque traseiro são exclusivos.

Foram reprojetados para formarem o design coupé inspirado no belo protótipo de mesmo nome que foi baseado na plataforma da picape Toro e apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018.

O desenho coupé é definido pelo arco contínuo do teto que se estende até o fim da tampa do porta-malas. Essa característica deixa o vidro traseiro muito deitado, posição que o mantém o limpo pelo intenso deslocamento de ar sobre o mesmo.

Provavelmente, isso motivou a Fiat eliminar o limpador traseiro no projeto do Fastback. Em nossa opinião, este equipamento faz falta.

Por ser muito inclinado, a área de visão através deste vidro é restrita e o fluxo de ar não limpa tão bem como fazem as paletas, agravando essa limitação na visibilidade traseira sob chuva, por exemplo.

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O design coupé deixou a traseira do Fastback muito destacada, encorpada por duplo vinco nos para-lamas e alongada ao extremo.

Medidas – Comparado ao Pulse Abarth, o SUV coupé é 31,2 cm mais comprido. Ele atingiu 4,42 metros de comprimento, medida superior à do Jeep Compass, um SUV médio.

Todo esse ganho de espaço foi aproveitado no porta-malas, com 230 litros a mais do que o do Pulse, atingindo 600 litros, considerando a aferição do volume líquido, regra adotada pela Stellantis.

No sistema VDA, o mais comum, são 516 litros. Mesmo assim, o bagageiro do Fastback é o maior entre todos os SUVs compactos e entre a maioria dos SUVs médios vendidos em nosso mercado.

As outras medidas do Fastback quase não diferem das do Pulse são: 1,77 metro de largura; 1,54 metro de altura e 2,53 metros de distância entre eixos.

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Porém, como não houve afastamento entre os eixos, a medida entre o centro da roda traseira até o limite do para-choque traseiro foi ampliada, resultando em um ângulo de saída pior, 24,2°, 7,4° a menos que no Pulse.

O ângulo de entrada, central e a distância livre do solo em ambos são equivalentes: 20,2°, 20,8° e 192 mm, respectivamente.

Segundo especialistas em design, o volume traseiro do Fastback está fora da proporção ideal. Regras à parte, a Fiat conseguiu o que queria: lado a lado, o Fastback aparenta ser um SUV muito maior do que o Pulse.

Além desta impressão alcançada, a marca não arriscou, usou elementos de design semelhantes aos encontrados nos SUVs coupé da BMW, a empresa pioneira e referência nessa categoria.

Desempenho – Em janeiro deste ano, avaliamos o Fastback Impetus, versão mais completa equipada com o motor 1.0 turbo 200 flex e câmbio CVT.

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Na prática, ela e essa versão Limited Edition se diferenciam pelo motor e câmbio. Contudo, peso e desempenho são as maiores diferenças entre as duas.

O Fastback Limited Edition com este powertrain pesa, em ordem de marcha (completamente abastecido), 1.304 kg, 42 kg a mais do que a versão Impetus.

Mas, com 55 cv de potência a mais, a sua relação peso/potência é de 7,04 kg/cv, bem melhor do que os 9,70 kg/cv da versão com o motor 1.0.

Segundo a Fiat, o Fastback Limited Edition acelera de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos, 1,3 segundo mais rápido do que a versão Impetus.

Mesmo com essas diferenças, as duas versões são homologadas para transportar 400 kg, também em ordem de marcha, o mesmo peso que ambas podem rebocar em equipamentos sem freio. O tanque de combustíveis é o mesmo e comporta 47 litros.

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Interior – Internamente, em relação ao Fiat Pulse, o console central do Fastback foi reprojetado, ficou mais elevado e interiço, pois a alavanca do freio de mão foi substituída pela tecla de acionamento elétrico, o primeiro ganho em conforto desta mudança.

A saída traseira do ar-condicionado é outra evolução que melhora a sua usabilidade. Por fim, a área mais ampla e refrigerada do carregador de celular por indução eletromagnética, uma posição mais ergonômica dos comandos do ar-condicionado e novos nichos para objetos são as inovações presentes no Fastback e, também, no Pulse Abarth.

Essa versão Limited Edition tem o estilo all black, tanto nos detalhes externos, quanto nos internos. Todos os revestimentos na cabine, frisos e peças pintadas têm essa temática, característica que confere qualidade percebida superior ao seu interior.

Mas, todos os painéis e peças são feitos em plásticos rígidos, apesar da boa variação de texturas e cores. As áreas macias são escassas, apenas nos bancos e nos apoios de braço.

Ao menos os apoios das portas traseiras não foram esquecidos, como na maioria dos concorrentes. O revestimento dos bancos com volumes em padrão canelado e as costuras em linha aparente completam o requinte interno.

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Na cabine do Fastback, quatro adultos e uma criança se acomodam com conforto para um modelo compacto, mas sem sobras.

Em relação ao Pulse, o encosto do banco traseiro está um pouco mais reclinado, mudança que melhora a acomodação e propicia maior espaço para as cabeças de quem vai atrás, algo necessário para compensar o teto mais caído do coupé.

Os bancos dianteiros do Pulse e do Fastback, em relação aos do Argo, são mais robustos, apoiam melhor pernas e costas, assim como seguram com mais eficiência o corpo em curvas.

A densidade da espuma de todos os bancos é alta e garante ótima sustentação ao corpo em viagens mais longas.

Como no Pulse, a ergonomia dentro do Fastback é acertada. Os inúmeros equipamentos internos são controlados por botões físicos, giratórios para as funções principais e de pressão para as secundárias, arquitetura ideal.

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Alguns sistemas apresentam operação duplicada, ou nos botões, ou por toques na tela do multimídia.

Os comandos do ar-condicionado estão levemente mais voltados para cima, melhorando a visualização e sua operação. Sistema digital, automático e de zona única, ele é eficiente em volume de ventilação, tempo de resfriamento e manutenção da temperatura.

Em um único botão, ventilação e temperatura são ajustadas por rotação, bastando comutar as funções ao pressioná-lo.

Ao comandá-lo, essas funções aparecem na tela do multimídia. Neste, também existe uma página dedicada para a sua operação totalmente por toques. Com saídas de ar traseiras, este sistema ficou melhor do que o do Pulse.

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Tecnologias – A internet embarcada (item opcional), o sistema multimídia e o computador de bordo formam o conjunto de tecnologias de conectividade e navegação mais completo oferecido atualmente.

Resumindo, por um aplicativo para celular é possível controlar funções do carro, verificar condições mecânicas, limitar a área de circulação do modelo e saber a sua localização remotamente.

O multimídia espelha sem fio o smartphone, estável e rapidamente. Entre diversas funções, a navegação nativa se destaca, notificando sobre o fluxo do trânsito e até sugerindo postos de abastecimento quando o tanque entra na reserva.

O computador de bordo é completíssimo, oferecendo informações múltiplas e em janelas diferenciadas, inclusive, duplicadas na tela do multimídia.

O quadro de instrumentos é o mesmo da picape Toro. Ao centro ele é digital, muito configurável e de forma simples, considerando o grande volume de informações disponíveis.

Nas extremidades ficam os marcadores de combustível e temperatura, assim como as luzes de advertência, todas fixas.

O carregador de celular com ventilação dedicada ao resfriamento é um detalhe pequeno, mas faz grande diferença. Ele funciona quando o ar-condicionado está acionado, mas, segundo a Fiat, fica sempre em 22°.

Em sistemas sem este recurso, os celulares superaquecem e não carregam direito. Neste, eles ganham carga quase sem mudar de temperatura.

O volante traz os comandos para quase todos estes equipamentos e recursos. Os botões são bem dimensionados, distribuídos e identificados.

Computador de bordo e telefonia à esquerda, controlador de velocidade e botão sport à direita e sistema de áudio atrás, estes cegos, os mais seguros.

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A direção elétrica é muito leve em manobras e, assim como no Pulse, fica pesada rapidamente. Porém, essa calibragem combina com o acerto mais esportivo do Fastback.

Os sensores de estacionamento são essenciais para o modelo, pois ele tem frente e traseira altas, assim como a coluna “C” muito larga.

Os traseiros são auxiliados por câmera com ótima resolução, dois ângulos de visão e guias dinâmicas. Os dianteiros, por gráfico da vista superior do SUV mostrada no painel.

Tecnologias Semiautônomas – Entre os auxílios de condução semiautônomas, o alerta de colisão eminente com frenagem automática de emergência é o mais importante, e está presente no Fastback. Falta o alerta de ponto cego, o segundo mais relevante.

Outros, como a identificação da faixa de rodagem com correção de trajetória e a comutação dos faróis baixo e alto funcionam perfeitamente, assim como os faróis em LED que têm longo alcance e muita potência na iluminação noturna.

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Para o design da traseira do Fastback ficar mais proporcional, a Fiat precisou aumentar o aro da roda para 18 polegadas, pois até o Pulse Abarth, modelo mais esportivo da marca, usa roda de 17 polegadas. Para o conjunto caber na caixa de roda, os pneus são muito baixos, com a medida de 215/45 R18.

Contudo, foram necessárias alterações nas suspensões como a otimização na geometria dianteira e adoção de um novo eixo traseiro, abaixando o centro de rolagem e, consequentemente, reduzindo a inclinação da carroceria em curvas.

Essas alterações e uma nova relação de direção mais direta resultaram em um comportamento arisco do Fastback, algo que combina com a sua proposta mais esportiva e, ainda mais, com este motor mais potente.

Com sobra de potência para o seu peso, SUV coupé apresenta ótimo desempenho

No Fastback Limited Edition sobra torque nas arrancadas, os pneus cantam nas acelerações mais intensas e o carro tende a sair de frente quando se acelera muito nas curvas, características que exigem atenção e cautela do condutor.

Para o peso do carro, a potência também é farta. Motor e câmbio automático trabalham em harmonia e entregam ótimo desempenho, atingindo velocidades maiores sem grande esforço da dupla.

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Seu ruído de funcionamento não é tão agradável quanto o dos motores de três cilindros, mas ainda é grave, bem menos estridente do que nos modelos aspirados de quatro cilindros.

Tanto as aletas para as trocas manuais de marchas, como o modo sport, programação ativada por um botão vermelho posicionado no volante e que exibe o escorpião da Abarth, aprimoram a “pilotagem” desta versão esportiva.

Nessas trocas manuais, o sistema é permissivo, reduz as marchas mesmo quando a rotação ficará muito elevada e avança as mesmas rapidamente, considerando ser este um câmbio automático convencional, normalmente, bem mais lento do que o automatizado de dupla embreagem.

Ao ser acionado, o modo sport altera a resposta do motor ao curso do acelerador e o sistema retém as marchas para elevar a rotação antes de cada troca e, assim, deixar o desempenho do modelo ainda mais esportivo.

Pneus com perfil baixo são calibrados com pressão elevada, pouco deformam, não contribuem com o amortecimento e, em conjunto com as suspensões mais rígidas, não isolam tanto a cabine das irregularidades do piso.

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Quando vazio, cabine e porta-malas do Fastback amplificam os ruídos provenientes dos atritos dos pneus sobre o asfalto.

Com bagagens e outras pessoas a bordo, o SUV coupé fica bem mais silencioso e confortável, pois com peso extra, as suspensões trabalham em frequência mais baixa.

Ruídos do vento contra a carroceria e o barulho do motor são ouvidos em velocidades mais altas e rotações mais elevadas, mas de forma contida, mostrando um bom trabalho dos materiais de isolamento acústico.

Consumo – Aos 90 km/h e de sexta marcha, o motor trabalha às 1.850 rpm, já aos 110 km/h, às 2.200 rpm, regimes relativamente baixos e que deixaram o carro econômico para um modelo esportivo.

Em nossos testes de consumo rodoviário padronizado, realizamos duas voltas no percurso de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e outra, 110 km/h, sempre conduzindo economicamente.

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Na volta mais lenta, o Fastback Limited Edition registrou 14,6 km/l. Na mais rápida, 12,1 km/l, sempre com etanol no tanque.

No teste de consumo urbano rodamos por 25,2 km em velocidades entre 40 e 60 km/h, fizemos 20 paradas simuladas em semáforos com tempos cronometrados entre 5 e 50 segundos e vencemos 152 metros de desnível entre o ponto mais baixo e o mais alto do circuito.

Neste severo teste, o Fastback Limited Edition atingiu a média de 7,1 km/l, também com etanol. Este consumo foi conseguido com o auxílio do stop/start, sistema que desliga o motor nas simulações de paradas em semáforos.

Como dissemos na avaliação da versão Impetus, o Fastback é o típico modelo que seduz pelo belo visual.

Ele aparenta ser mais caro do que custa e custa mais caro do que deveria, pois é tão imponente quanto um SUV médio, mas é um SUV compacto derivado de um modelo mais simples.

20230712_172747Fotos: Amintas Vidal

Além do design arrebatador do Fastback, a versão Limited Edition entrega desempenho que combina mais com o seu estilo coupé esportivo.

Para quem não faz questão deste diferencial, a versão Impetus traz os mesmos equipamentos, é mais econômica e custa R$ 11,50 mil a menos.

*Colaborador

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