Jeep Compass Longitude 2025 está mais competitivo

SUV médio recebeu novo pacote de série com ADAS e outros recursos

Amintas Vidal*

Rei com trono ameaçado, o Compass ganhou novas listas de equipamentos de série na linha 2025.

Líder entre os médios, ele vendia mais que todos os seus concorrentes diretos juntos. Ser o utilitário esportivo (SUV) mais vendido no Brasil por dois anos foi a sua maior façanha.

Porém, até outubro deste ano, ele emplacou “apenas” 40.362 unidades. Neste mesmo período, Toyota Corolla Cross, CAOA Chery Tiggo 7, BYD Song e GWM Haval 6, seus principais concorrentes, registraram 40.018, 24.661, 19.198 e 18.179 emplacamentos, nesta ordem, segundo dados fornecidos pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Veículos recebeu o Jeep Compass Longitude T270, modelo 2025, para avaliação. No site da montadora, o preço da versão é R$ 202,99 mil.

A cor sólida preta da unidade avaliada é a única dentro deste preço.  As cores metálicas custam R$ 2,20 mil e, a branca perolizada, R$ 2,50 mil.

Os principais equipamentos de série do Compass Longitude são: ar-condicionado dual zone; direção elétrica; chave presencial; multimídia com tela de 10,1 polegadas, espelhamento sem fio e GPS nativo; paddle shifters; revestimentos em material sintético que imita o couro; stop&start; freio de estacionamento eletrônico; painel 100% digital, som da marca Beats de 506w e rodas diamantadas com pneus 225/55 R18 estão entre as novidades para a linha 2025.

Os recursos de direção semiautônoma não eram oferecidos nem como opcionais. Agora, também fazem parte dos itens de série desta versão.

São eles: alerta de colisão eminente; frenagem automática de emergência; alerta de saída de faixa com correção ativa; piloto automático adaptativo; comutação automática do farol alto e leitor de placas.

Completando a lista dos dispositivos de segurança, os destaques são: seis airbags; ABS; controles eletrônicos de estabilidade, tração e anti-capotamento; controle de tração avançada; assistente de partida em rampa e de retenção em semáforo; sensores de chuva e crepuscular; DRL, faróis e lanternas em LED; sensor de estacionamento traseiro; câmera de marcha à ré e sistema de monitoramento de pressão dos pneus.

Motor e Câmbio – O motor desta versão é o GSE 1.3 turbo. Ele conta com o Multiair III, sistema de abertura das válvulas de admissão que permite variação em período, amplitude, ou mesmo, em frequência.

Seu torque máximo é de 27,5 kgmf às 1.750 rpm com ambos os combustíveis, o que corresponde a 270 Nm, número que batiza o propulsor comercialmente. A potência atinge 185/180 cv às 5.750 rpm, com etanol ou gasolina, respectivamente.

O câmbio é automático convencional com conversor de torque e seis (6) marchas. Ele oferece programação Sport e seleção entre automático e manual, com possibilidade de comutação pela alavanca ou pelos paddle shifters posicionados atrás do volante.

O conjunto conta com o TC+, sistema de bloqueio que trava a roda motriz sem aderência com o solo para que a outra tracione em transposição de obstáculos.

Pesando 1.585 kg, tendo relações de 8,57 kg/cv e 57,6 kg/kgfm, quando abastecido com etanol, o Compass Longitude acelera de 0 aos 100 km/h em 9,3 segundos, segundo a Jeep.

Sucesso – Lançado em 2016, o Compass foi inspirado no Jeep Grand Cherokee, mas ele ficou mais harmônico e proporcional.

Agressivamente precificado, o SUV médio dominou o mercado. Com tanto sucesso comercial, a Jeep pouco mexeu neste “time” que está ganhando.

Na linha 2022, ele recebeu alterações na carroceria e ganhou um interior completamente novo. Na linha 2025, a mudança foi mínima, apenas um novo desenho na grade que fecha as sete fendas. Este detalhe e as novas rodas são as novidades externas da versão Longitude.

Na cabine, apenas os equipamentos agregados alteraram o visual. O grande painel digital de instrumentos e os botões no volante para o ADAS são as mudanças perceptíveis.

No mais, o interior é o mesmo que estreou em 2022. O painel principal é horizontal e as suas partes e os equipamentos de bordo são, predominantemente, retangulares com as laterais chanfradas, criando um conjunto linear e dinâmico ao mesmo tempo.

Acabamento – Além da beleza, o acabamento do interior se destaca. As partes superiores do painel e das portas são emborrachadas e têm costuras verdadeiras.

O centro do painel principal é feito por material que lembra metal e tem uma textura hexagonal muito elaborada.

Emoldurando todo este painel, friso metálico com largura variável confere acabamento superior, digno de modelo premium, e camufla as saídas de ar das extremidades. Essas ficaram estreitas, muito elegantes, porém, dificultam a vazão do ar refrigerado.

Diversas outras peças têm este acabamento metálico, ou similar, e outros equipamentos, botões e partes do console central são feitos em plástico preto brilhante.

Mas, o que denota cuidado superior com a qualidade interna é a presença de material macio ao toque em pequenas peças que são frequentemente manuseadas. Simples roldanas que abrem e fecham as saídas de ar são emborrachadas, por exemplo.

Ergonomia – Acompanhando este esmero, o Compass apresenta ótima ergonomia. Todos os comandos estão à mão e os equipamentos têm botões físicos para quase todas as funções, arquitetura ideal.

O banco do motorista está alinhado com o volante e os pedais. Assentos e encostos dos bancos, nas quatro posições principais, apoiam bem os ocupantes, assim como as maçanetas, os puxadores e botões de abertura dos vidros estão bem posicionados.

Para um SUV médio, a posição ao volante não é tão alta. É possível ficar mais recostado que ereto ao comando do Compass.

Atrás de um motorista com 1,70 metro de altura, uma pessoa com essa mesma estatura tem 20 cm entre os seus joelhos e o encosto do banco.

Com o banco todo recuado, ainda sobram quase 10 cm para as suas pernas. O assento do banco traseiro é baixo e deixa as pernas de todos um pouco elevadas. Ao centro deste banco, uma criança viaja com conforto, pois o túnel central é largo, apoia pés pequenos.

Números – As medidas do Compass são: 4,40 metros de comprimento; 2,64 metros de distância entre-eixos; 1,82 metro de largura e 1,63 metro de altura.

No seu porta-malas cabem 410 litros de bagagem e, em seu tanque, 55 litros de combustível. Ele suporta carga total de 400 kg e pode rebocar este mesmo peso.

Suas medidas para o fora de estrada são: vão livre de 205 mm; 21,5° de ângulo de entrada; 30,7° de ângulo de saída e 20,5° de ângulo central.

O interior que estreou em 2022 corrigiu falhas do antigo. Agora, o painel e todos os equipamentos de bordo foram elevados fisicamente. O multimídia está destacado no limite visual da base do para-brisa e entrou na área de visão periférica do motorista.

Multimídia – Com 10,1 polegadas, este é o melhor multimídia nacional em definição de imagem, sensibilidade ao toque e velocidade de processamento.

Como opcional, a versão Longitude pode receber internet embarcada e o sistema Adventure Intelligence Plus.

Com este recurso, oito aparelhos podem usufruir do sinal ao mesmo tempo. Uma central de atendimento foi estruturada para receber chamadas do motorista e auxiliá-lo com informações diversas, enviar assistência mecânica ou de resgate.

Além destas conveniências, por meio de um aplicativo para celular é possível verificar parâmetros do carro, ligar e desligar o motor e ativar muitas outras funções remotamente.

O som assinado pela marca Beats tem boa distribuição espacial e potência para reproduzir músicas via streaming em volumes altos. As frequências graves se destacam neste sistema.

Ar-Condicionado – O ar-condicionado de duas zonas é eficiente em tempo de resfriamento e manutenção da temperatura.

As saídas estreitas reduzem o volume da ventilação ou a torna ruidosa. Ter as saídas duplas traseiras diminui a necessidade de aumentar a velocidade da ventilação.

O painel digital também é dos melhores existentes. Ele tem três layouts distintos. No básico, conta-giros e velocímetro com ponteiros ficam destacados, a velocidade digital aparece ao centro e poucas informações do computador de bordo são mostradas.

No segundo, estes dois mostradores são reduzidos e a área central do painel mostra informações múltiplas e maiores do computador.

No terceiro, a tela é dividida em até cinco partes e, em cada uma delas, é possível escolher a informação a ser mostrada.

Também estreante em 2022, o volante tem ótima pega e botões distribuídos na frente e atrás, todos facilmente operáveis. Alguns comandos podem ser feitos por voz.

Apesar do pequeno volume cúbico, motor 1.3 turbo entrega muita potência e torque

A direção com assistência elétrica é leve em manobras de estacionamento. Ela fica mais pesada do que o ideal em velocidades médias e altas. Poderia ser mais progressiva.

Provavelmente, este peso extra visa à segurança do SUV, evita que o motorista esterce a direção em demasia quando em velocidades maiores, pois as suspensões do Compass são macias para um modelo alto e seu desempenho está acima do esperado para um motor 1.3.

Suas suspensões não são tão rígidas, trabalham em frequência mais baixa e pouco transferem as irregularidades do piso para a cabine.

Mesmo assim, sua carroceria não aderna muito em curvas, mas sobrecarrega os pneus com o deslocamento elevado do peso.

Por não inclinar tanto, o Compass passa confiança exagerada ao motorista, motivo provável da direção mais pesada.

Nesta situação, os pneus cantam e os controles de estabilidade trabalham para manter o controle direcional deste modelo alto e pesado.

Desempenho – Estrangulado, este motor de pequeno volume cúbico entrega muita potência e torque. Mais elástico do que o usual para um modelo turbo, ele desloca o Compass de forma convincente, mesmo não o transformando em um esportivo.

Ele responde mais cedo ao pedal da direita e acelera de forma mais linear em baixas e médias rotações, quando comparado ao antigo 2.0 Tigershark que deslanchava mais em regimes mais altos de trabalho, em faixa de giro mais próxima às 4.000 rpm.

Contudo, para quem gosta de uma condução tranquila, este motor turbo é o ideal. O Compass sai da inércia rapidamente, com pouca aceleração e, por conta de uma ótima programação do câmbio automático, as marchas são trocadas antecipadamente, deixando o modelo aproveitar ao máximo o seu deslocamento por inércia.

Conforto – Nesta condição de condução, o conforto acústico também é elevado. Quase não se ouve os ruídos externos.

Apenas um conjunto de sons contidos que veem dos pneus, do arrasto aerodinâmico e o grave e baixo ruído do motor que, em determinadas cargas, lembra motores a diesel modernos. Já em velocidade de cruzeiro, o silêncio impressiona.

O câmbio de seis marchas é eficiente, faz trocas precisas e suaves. Seu outro destaque é favorecer uma condução mais esportiva ao permitir reduções para o uso do freio motor, mesmo que a sua rotação se aproxime do limite de segurança.

Em 2021 avaliamos essa mesma versão do Compass abastecido com gasolina. Agora, aferimos o consumo com etanol. Relativamente, o Compass foi mais eficiente com etanol.

Consumo – Em nosso teste padrão de consumo rodoviário realizamos duas voltas de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e outra os 110 km/h, sempre conduzindo economicamente.

Na volta mais lenta, atingimos 15,3 km/l com gasolina e 12,5 km/l de etanol. Na mais rápida, 12,9 km/l de gasolina e 11 km/l com etanol.

No teste de consumo urbano rodamos por 25,2 km em velocidades entre 40 e 60 km/h, fazemos 20 paradas simuladas em semáforos e vencemos 152 metros de desnível entre o ponto mais baixo e o mais alto do circuito.

Neste severo teste, o Compass atingiu uma média de 8,1 km/l com gasolina e 6,7 km/l de etanol. O sistema stop&start funcionou com grande eficiência, desligando e ligando o carro em todas as paradas nas partes planas e em decidas, de forma rápida e quase imperceptível.

A versão Longitude sempre foi a mais vendida do Compass. Na linha 2025 ela está bem mais competitiva com os estes novos equipamentos de série.

Mesmo assim, o SUV médio da Jeep continuará sofrendo com a concorrência asiática, à espera da terceira geração do modelo que só deverá chegar por aqui na linha 2027.

Fotos: Amintas Vidal

*Colaborador

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