Toyota Yaris XS é a versão intermediária do hatch premium

Para a linha 2023, modelo aposentou o motor 1.3 e agora é somente equipado com o 1.5

Amintas Vidal*  (Publicado no Diário do Comércio – Edição: 04/11/2022)

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A Toyota encanta consumidores com os seus carros. Popularmente, dizem que eles “não são melhores em nada, mas são ótimos em tudo”.

Ponto fora da curva, o descontinuado Etios (hatch e sedan compactos) ficava devendo em design e acabamento. Eles foram substituídos pelo Yaris, hatch e sedan premium, após um período em que dividiram o salão das concessionárias.

Lançado em junho de 2018, o Yaris manteve as qualidades mecânicas do Etios, ganhou um câmbio mais moderno, CVT com sete (7) marchas simuladas, e trouxe o design e a qualidade dos materiais de acabamento que se espera de um Toyota.

Prematuramente, em janeiro deste ano, o Yaris chegou à linha 2023. Leve reestilização na dianteira, novos equipamentos e a aposentadoria do motor 1.3 foram as principais novidades.

Nos dez primeiros meses deste ano, o Yaris hatch registrou 21.029 unidades vendidas e, o sedan, 12.164 emplacamentos.

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Eles estão na 8ª e 6ª colocações em seus segmentos, respectivamente, segundo dados fornecidos pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

O DC Auto recebeu o Toyota Yaris XS para avaliação, versão intermediária. No site da montadora, seu preço sugerido na cor sólida branca é R$ 103,99 mil.

Em qualquer uma das cinco cores metálicas, o valor sobe para R$ 105,55 mil. Na cor branca perolizada, igual à unidade avaliada, a cifra atinge R$ 105,85 mil.

Todas as versões do Yaris são vendidas com os itens de série e sem opcionais. Os principais equipamentos da XS são: central multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas; ar-condicionado automático digital; chave presencial Smart Entry; computador de bordo de alta resolução (TFT) com 16 funções; direção eletroassistida progressiva (EPS); aletas para troca de marchas localizada no volante (Paddle Shift); controle de velocidade de cruzeiro; descansa-braço traseiro com porta-copos e rodas em liga leve de 15 polegadas.

Em segurança, os destaques são: airbag frontal (dois), lateral (dois), de cortina (dois sistemas com duas bolsas cada) e de joelho para o motorista; controle eletrônico de estabilidade (VSC), controle eletrônico de tração (TRC) e sistema de assistência ao arranque em subida (HAC); freios ABS com BAS e EBD; sistema de pré-colisão (PCS) e alerta de evasão de faixa (LDA).

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Motor e Câmbio – Agora, o Yaris não conta mais com o motor 1.3 litro. Todas as versões são equipadas com o motor 1.5 Dual VVT-i 16 V DOHC Flex.

Seu bloco de quatro cilindros em linha tem cabeçote com duplo comando, acionado por corrente e 16 válvulas que variam em abertura, tanto na admissão, como no escape.

Essa motorização rende 110/105 cv de potência às 5.600 rpm e seu torque atinge 14,9/14,3 kgfm às 4.400 rpm com etanol e gasolina, respectivamente.

Ao contrário da maioria dos motores que receberam mudanças para se adequarem às novas regras de emissões, não houve perda de potência ou torque com a nova calibração. Segundo a Toyota, a adoção do modo de condução Eco melhorou o consumo do modelo em circuitos urbanos e rodoviários.

O câmbio é automático do tipo CVT. Ele é programado com sete relações que simulam marchas.

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Elas podem ser cambiadas em aletas posicionadas atrás do volante ou por meio da própria alavanca. Seu acoplamento é realizado por conversor de torque convencional.

Essa é a primeira reestilização do Yaris. Ele ganhou nova grade e para-choque dianteiro. A abertura no para-choque continuou trapezoidal, mas, invertida.

Agora, a base é o lado maior, conferindo equilíbrio e força ao mesmo tempo. Na lateral, apenas novas rodas. Na traseira, nada mudou.

Interior – As modificações no interior são quase imperceptíveis. Algumas peças plásticas receberam tons mais escuros e o revestimento dos bancos recebeu novos padrões. O design interno já está um pouco datado e as partes em plástico imperam na cabine.

Uma característica chama atenção positivamente: todos os encostos de braço são macios, revestidos com material sintético que imita o couro, algo raro entre os compactos.

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Detalhes em alumínio escurecido, preto brilhante, cromado e uma falsa costura no painel principal amenizam a simplicidade dos plásticos usados nas partes internas.

Estes apresentam diversidade de texturas, o que é bom, mas alguns brilham mais do que o desejado para um modelo premium.

O espaço interno do Yaris é um dos maiores entre os hatches compactos. Quatro adultos têm ótima área para cabeça, ombros e pernas.

Atrás, até existe boa largura para o quinto passageiro, mas o design do banco prioriza as pessoas das extremidades, encaixando os corpos das mesmas com bordas elevadas e deixando a parte central do assento muito elevada, prejudicando o conforto nessa posição. 

O banco do motorista tem regulagem em altura para os que preferem dirigir elevados em relação ao piso. Para quem prefere ficar mais próximo ao centro de gravidade, ele não abaixa tanto. Porém, é melhor do que nos crossovers e SUVs.

Todos os bancos são envolventes e seguram bem o corpo em uma condução normal, dentro da proposta familiar do modelo.

A densidade da sua espuma é boa, o suficiente para não cansar em viagens de pequena e média duração. Poderia ser mais rígida para oferecer maior conforto em percursos mais longos.

A ergonomia é acertada. Os comandos estão à mão e não exigem amplos movimentos dos braços para serem alcançados. O que não agrada é a regulagem do volante.

Ajustável apenas em altura, o sistema é muito simples e despenca ao ser destravado. Além de denotar pouco capricho da montadora, dificulta achar a posição ideal ao volante.

Em compensação, descansa braço central, apoio para o pé esquerdo do motorista, regulagem de altura dos cintos de segurança dianteiros e alças de segurança no teto para os passageiros não foram esquecidos e ajudam bastante no dia a dia.

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Equipamentos – Todos os equipamentos de bordo apresentam botões físicos de pressão para comandá-los. O ideal seriam comandos giratórios nas funções principais e de pressão nas secundárias.

Mesmo assim, estes do Yaris são melhores do que os sensíveis ao toque, modernidade que mais atrapalha do que ajuda.

O ar-condicionado é automático e digital de zona única. A temperatura é regulável em meio e meio grau, o ideal. Seus ícones e botões principais são legíveis e de fácil operação. Já os secundários, são pequenos e de difícil uso e identificação.

O sistema é eficiente na redução e manutenção da temperatura e no volume da ventilação, assim como seu ruído de funcionamento está dentro da média para o segmento. Sua cabine é volumosa e merecia saídas de ar traseiras para reduzir o tempo de resfriamento.

O multimídia está bem posicionado, na parte mais alta do painel. Em tamanho de tela, sensibilidade ao toque e velocidade de processamento ele está defasado, assim como o espelhamento por cabo, recurso em desuso para carros premium.

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Sua qualidade sonora não salva o sistema, entregando apenas o suficiente para o entretenimento casual.

O quadro de instrumentos tem um ótimo conjunto. Velocímetro e conta-giros têm bom tamanho e graduação completa de velocidade e rotação, ambas com fácil visualização.

Além disso, na tela digital é mostrado o nível do tanque de combustível e diversas informações do computador de bordo. Essas são organizadas em conjuntos completos e bem sequenciadas.

Botões nos dois lados do volante, bem dimensionados e organizados, controlam essas informações, o áudio e a telefonia.

O controlador de velocidade fica em uma haste satélite de uso cego. Ideal, por não desviar o olhar do motorista, ele requer algum tempo de uso para se tornar prático.

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O design do Yaris o deixa com uma aparência avantajada, mas ele tem 4,14 metros de comprimento; 1,73 metro de largura e 1,49 metro de altura, números próximos ao dos seus concorrentes diretos, assim como o seu peso, de apenas 1.125 kg.

No seu porta-malas cabem 310 litros e, no tanque de combustíveis, 45 litros. O modelo tem carga útil de 450 kg e não é homologado para utilizar reboque, assim como o sedan Corolla.

Conforto e segurança são os principais destaques do Yaris

A sensação ao volante também é surpreendente. Suas suspensões têm um acerto mais voltado para o conforto, trabalham em uma frequência mais baixa que o normal para um modelo compacto, passando a impressão de ser um carro mais pesado.

Além do conforto de marcha, pois elas absorvem bem as irregularidades do piso e trabalham em silêncio, o conjunto segura a carroceria em curvas, tornando sua inclinação mais lenta e previsível.

Todo este conforto deixa a direção mais indireta, anestesiada. Porém, ela fica muito leve em manobras e ganha peso adequado em velocidades diversas, equação que poucas montadoras conseguem resolver.

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O conjunto motor e câmbio casa perfeitamente com estes acertos voltados mais para o conforto do que para a esportividade. O câmbio CVT trabalha priorizando a economia de combustível.

Em rodovias, aos 90 km/h, é possível deixar o motor às 1.550 rpm. Aos 110 km/h, às 2.100 rpm. Ambos regimes são muito baixos para essas velocidades.

Nessas situações, o atrito dos pneus sobressai, pois o arrasto aerodinâmico é contido e o motor quase inaudível, garantindo conforto acústico.

Pisando fundo, as sete marchas programadas são trocadas no limite de corte do motor. Como é normal nessas situações extremas, seu barulho invade a cabine e o Yaris ganha alguma agressividade, mas longe de ser um esportivo.

Segundo a Toyota, ele atinge 110 km/h em 11,8 segundos. Na subida mais íngreme que percorremos, o motor nem atingiu o giro máximo, mantendo-se por um longo período na mesma marcha. Ou seja, ele dá conta do recado, porém, sem sobras.

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O acerto do câmbio CVT mostrou uma característica boa e outra ruim. No uso das aletas para as trocas manuais das marchas ele foi muito permissivo, facilitando colocar o carro em freio motor, por exemplo.

Por outro lado, em decidas que queríamos embalar para aproveitar o deslocamento por inércia, ele segurava o carro mais do que o desejado, atrapalhando a nossa avaliação de consumo. Mesmo assim, o Yaris se mostrou econômico com etanol no tanque.

Consumo – Em nossos testes de consumo rodoviário padronizado, realizamos duas voltas no percurso de 38,7 km, uma mantendo 90 km/h e outra, 110 km/h, sempre conduzindo economicamente.

Na volta mais lenta, o Yaris XS registrou 13,4 km/l. Na mais rápida, 12 km/l.

No teste de consumo urbano rodamos por 25,2 km em velocidades entre 40 e 60 km/h, fazemos 20 paradas simuladas em semáforos com tempos cronometrados entre 5 e 50 segundos.

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Vencemos 152 metros de desnível entre o ponto mais baixo e o mais alto do circuito. Neste teste, o Yaris atingiu a média de 7,3 km/l. Se fosse equipado com o sistema stop/start, essa média poderia ser melhor.

O Yaris é um modelo mais a cara da Toyota do que seu antecessor, o Etios. Essa versão XS é a mais equilibrada.

Ela só entrega o básico em conectividade, mas se destaca em conforto e segurança, com o ar-condicionado digital e chave presencial.

Destaque, também, para os sete airbags, o aviso de saída de faixa e o alerta com frenagem de emergência. Em nossa opinião, a melhor opção da linha.

20221009_114658Fotos: Amintas Vidal

*Colaborador

Acesse o nosso site: http://www.diariodocomercio.com.br

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