Da Redação
A Ford Motor Company anunciou, agora à tarde (11 de janeiro), que está encerrando sua produção no Brasil. O fechamento da manufatura nas plantas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP) é imediato.
Em comunicado, a fabricante explicou que atenderá os consumidores na América do Sul com veículos provenientes da Argentina, Uruguai e outros mercados, ao mesmo tempo em que a Ford Brasil encerra as operações de manufatura em 2021.
A Ford atenderá a região com seu portfólio global de produtos, incluindo alguns dos veículos mais conhecidos da marca como a nova picape Ranger produzida na Argentina, a nova Transit (produção no Uruguai), o Bronco, o Mustang Mach 1, e planeja acelerar o lançamento de diversos novos modelos conectados e eletrificados.
A empresa informou que manterá assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul. A empresa também manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo.
“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro.”, completou Farley.
Ainda no comunicado para a imprensa, empresa disse que irá trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção.
“Nosso dedicado time da América do Sul fez progressos significativos na transformação das nossas operações, incluindo a descontinuidade de produtos não lucrativos e a saída do segmento de caminhões”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais.
“Além de reduzir custos em todos os aspectos do negócio, lançamos, na região, a Ranger Storm, o Territory e o Escape, e introduzimos serviços inovadores para nossos clientes. Esses esforços melhoraram os resultados nos últimos quatro trimestres, entretanto a continuidade do ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia deixaram claro que era necessário muito mais para criar um futuro sustentável e lucrativo.”, concluiu Watters.
A Ford está constantemente avaliando seus negócios em todo o mundo, incluindo a América do Sul, fazendo escolhas e alocando capital de forma a avançar em seu plano de atingir uma margem corporativa EBIT de 8% e gerando um forte e sustentável fluxo de caixa.
“Trabalharemos intensamente com os sindicatos, nossos funcionários e outros parceiros para desenvolver medidas que ajudem a enfrentar o difícil impacto desse anúncio”, continuou Watters. “Quero enfatizar que estamos comprometidos com a região para o longo prazo e continuaremos a oferecer aos nossos clientes ampla assistência e cobertura de vendas, serviços e garantia. Isso se tornará evidente ao trazermos para o mercado uma linha empolgante e robusta de SUVs, picapes e veículos comerciais conectados e eletrificados, de dentro e fora da região.”
Watters acrescentou que, além da confirmação da produção da nova geração da Ranger, da chegada do Bronco, do Mustang Mach 1 e da Transit, a Ford também planeja anunciar outros modelos totalmente novos, incluindo um veículo híbrido plug-in. “Isso se alia à expansão de serviços conectados e de novas tecnologias autônomas e de eletrificação nos mercados da América do Sul.”
A produção será encerrada imediatamente em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte (CE) continuará operando até o 4º trimestre de 2021.
Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas.
A Ford disse que continuará facilitando alternativas possíveis e razoáveis para partes interessadas adquirirem as instalações produtivas disponíveis.
Em decorrência desse anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021.
Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.
Acesse o nosso site: http://www.diariodocomercio.com.br